quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Mulher morta em parada de ônibus por ex-marido



Nesta segunda feira (12) mais uma mulher entra para as estatísticas da violência. Sandra Helena Queiroz, doméstcia, 42 anos, foi morta a tiros numa parada de ônibus da Avenida Dedé Brasil, no bairro Serrinha, em Fortaleza. O suspeito de ter cometido o crime é o ex-marido da vítima, que estaria inconformado com fim do relacionamento.
Sandra não resistiu aos ferimentos e teve morte imediata. O crime ocorreu por volta das 5h da manhã.  A vítima aguardava transporte numa parada de ônibus no intuito de seguir para o trabalho. O acusado do crime, o ex-companheiro, ainda não foi localizado pela polícia.
Lamentavelmente a morte de Sandra irá figurar apenas como mais um número no rol de vítimas do machismo. Sandra não será mártir da luta contra a violência que vitima a mulher. Sua morte não representará um marco de uma nova realidade social para o gênero feminino. Em pouco tempo o crime que lhe tirou a vida será esquecido. E restará apenas aos seus familiares lamentarem a ocorrência desse crime tão bárbaro.  
No entanto, a cada violência cometida contra uma única mulher que seja suja de sangue toda a nossa sociedade que é tão permissiva com esse tipo de crime. A tolerância com o ciúme, com a possessividade, com a agressividade promove a coisificação da mulher. E enquanto objeto, o homem pode dispor da companheira como melhor lhe convém, inclusive lhe parecendo lícito o feminicídio. Essa é somente uma das faces cruéis da violência de gênero, pois existem muitas outras, algumas delas tão sutis que nos passam despercebidas.
Outro dia tremi ao ouvi uma colega comentar que o marido não a deixava sair sozinha. Eu percebia através de sua expressão que se sentia feliz que o marido tivesse esse comportamento. Então me peguei refletindo: será que a mulher precisa se sentir um “objeto” na posse de um homem pra se sentir valorizada? Então como fica sua autonomia? Em que momento ela irá se enxergar dona de suas escolhas e seu corpo?
Acredito que enquanto acharmos bonitinho o namorado, companheiro ou marido determinar o que devemos vestir ou agir continuaremos estimulando os assassinatos de Sandras, Marias, Fernandas... Engana-se quem pensa que o ciúme que impede a mulher de sair sozinha ou de vestir-se como gosta é diferente do ciúme que mata. Ambos representam a mesma a coisa, a possessividade e a coisificação da mulher.

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